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Porto, 25.11.2014

 

Aos vinte cinco dias do mês de novembro de dois mil e catorze, pelas onze horas e trinta minutos, reuniu-se no auditório Fernando Pernes da FBAUP alguns  dos membros do núcleo do Porto do projecto Bases Conceptuais da Investigação em Pintura coordenado pelo Professor António Quadros Ferreira. A reunião, que contou com a presença de Albuquerque Mendes, Ana Pais Oliveira, António Quadros Ferreira, Domingos Loureiro, Fátima Lambert, Joaquim Pinto Vieira, Mário Bismarck, Paula Tavares, Paulo Luís Almeida, Ricardo Leite e Sofia Torres, foi presidida pelo coordenador, e secretariada por Domingos Loureiro.

O projecto Bases Conceptuais da Investigação em Pintura decorre, entre 2014 e 2019, no âmbito da atribuição pela Universidade do Porto do título de professor emérito ao Professor António Quadros Ferreira para "(...) coordenar uma equipa de investigadores e artistas sobre a estratégia da investigação em arte na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto". Pelo que o projecto, apesar de possuir uma dimensão principalmente alargada a convidados portugueses, mas também a espanhóis e franceses, fica naturalmente alocado ao i2ADS, Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (FBAUP).

Neste contexto, esta primeira reunião teve como objectivo principal, para além da apresentação do projecto, a clarificação dos seus propósitos, a sugestão de uma proposta de trabalhos, e a auscultação de todos os elementos presentes. Assim, a reunião foi dividida em duas partes: numa primeira parte o coordenador fez uma apresentação sucinta do referido projecto Bases Conceptuais da Investigação em Pintura, título ainda provisório, apresentação essa que pretendeu clarificar a natureza e objectivos, tendo apresentado, ainda, um plano de trabalhos calendarizado. Foi indicado que o projecto incide, nomeadamente, sobre o pensar e o fazer da pintura, e que os conteúdos a abordar seriam necessariamente  em pintura e sobre pintura. A apresentação contemplou duas fases repartidas pelos períodos 2014-2016 e 2016-2019. Na primeira fase o objectivo consistirá em definir o processo, nomeadamente a organização de áreas temáticas e a criação de grupos. A segunda fase, a discutir mais tarde, pretenderá aprofundar em equipa o que for o trabalho dos grupos, para, desse modo, serem atingidos resultados consistentes e coerentes.

Foram referidos, para a primeira fase (a decorrer entre 2014 e 2016), quatro momentos:

  • O primeiro momento, com calendário até 31 de Dezembro de 2014, consistirá na indicação de uma questão de natureza genérica ou particular, por parte de cada um dos membros do projecto. Esta indicação pretende desde logo suscitar a natureza do respectivo campo de intervenção, pelo que a questão-pergunta a propor deverá permitir o desenvolvimento de textos abertos e exploratórios.

  • O segundo momento, com calendário até 29 de Maio de 2015, consistirá na apresentação de textos, desenvolvidos a partir dos temas ou questões previamente apresentados, com dimensões compreendidas entre 2000 a 3000 palavras.

  • O terceiro momento, com calendário até 16 de Setembro de 2015, consistirá na organização de grupos, tendo em conta a natureza dos textos exploratórios apresentados. Com a constituição de grupos termina a participação individual consagrada nos dois momentos anteriores, e inicia-se a participação colectiva.

  • O quarto momento, com calendário até 25 de Maio de 2016, consistirá no desenvolvimento no seio de cada um dos grupos de um trabalho de discussão colectiva, pela adopção de um modelo adequado de trabalho, com o objectivo de se desenvolver um texto colectivo, maior e aberto, e que contemple as singularidades de cada um dos elementos do grupo.

Sobre a segunda fase (a decorrer entre 2016 e 2019) foi referido, a propósito do seu primeiro momento, com calendário até 27 de Outubro de 2016, que a diligência da organização de um encontro geral de toda a equipa tem por finalidade o debate do conjunto de documentos produzidos pela totalidade dos grupos criados, para definição de estratégias futuras, e que deverá conformar uma possibilidade de caminho definitivo para o projecto Bases Conceptuais da Investigação em Pintura. Todo o trabalho posterior deverá ser oportunamente discutido em função da dinâmica de trabalho e dos resultados provisórios até aí obtidos.

A segunda parte da reunião consistiu na auscultação de opiniões e de sugestões pelos presentes. Algumas das questões levantadas focavam a aparente ambiguidade do programa, no modo como se desenrolará o projecto, ao nível dos grupos e das ideias a tratar, nomeadamente levantadas por Fátima Lambert e Mário Bismarck. Paralelemente, Joaquim Pinto Vieira indicou a importância de distinguir equipa de grupo, indicando que se trata de uma diferença qualitativa, já que por equipa entende-se um grupo coeso de pessoas com acções precisas que concorrem para um mesmo objectivo muito concreto e com liderança expressa, e que o grupo é um conjunto de pessoas que está interessado numa actividade mas que não tem relações orgânicas precisas e que vive ao gosto de cada um. Nesse sentido, e como ainda não havia sido alcançada nenhuma destas situações, deveria salientar-se que se trata de um conjunto de pessoas que foram convidadas a participar num projecto de investigação. Paulo Luís Almeida salientou a importância do projecto não se focar na discussão «o que é uma investigação em pintura», mas avançar antes para discussões mais focadas na própria pintura, referindo como exemplo o que tem sido trabalhado por grupos similares nomeadamente apresentados em «Contemporary painting in context» (2005), onde se analisa o panorama da pintura na actualidade, referindo cinco direcções: pintura em contexto social; pintura em campo expandido; especificidade de género; mercados e instituições; repensar a pintura na história. Fátima Lambert sugeriu que, para além da triangulação habitual realizada sobre este assunto, nomeadamente ao nível do ensino, artistas e instituições museológicas, se deveria realizar um estudo na relação com o contexto e o mundo exterior. Albuquerque Mendes referiu a importância em tratar a migração no contexto da pintura, nomeadamente autores com formação em áreas específicas distintas da pintura que escolhem a pintura como complemento ou vice-versa. Mário Bismarck sugeriu que no sentido de se conhecer melhor individualmente os elementos do projecto, cada um deveria apresentar a sua opinião sobre o que considera ser: pintura, investigação e investigação em pintura, de modo a que se entenda o que cada um quer dizer quando fala destes conceitos. Domingos Loureiro sugeriu que no momento em que se apresente a «questão» seja também referido ou contextualizado o interesse e o âmbito em que tenciona desenvolver a sua investigação de modo a facilitar a identificação de potenciais grupos de trabalho. Sofia Torres referiu a importância de se poder criar um documento que oriente futuras investigações no âmbito da pintura, tal como acontece noutros âmbitos científicos. Joaquim Pinto Vieira sugeriu que a apresentação da proposta contenha para além do tema, um conjunto de tópicos dos interesses que enquadrem o assunto. Sugeriu também, em relação à questão apresentada anteriormente sobre a participação dos membros em grupo e/ou equipa que se fossem clarificando os interesses e as contribuições que cada um deve ter, de modo a que a equipa seja realmente coesa e com objetivos semelhantes. Albuquerque Mendes considera importante que alguns dos contributos possam ser esporádicos e menos organizados, metaforizando cada contribuição como uma pequena fonte, que juntas poderão resultar num rio, ou mesmo desaguar no mar, mas que poderiam eventualmente secar, mas seriam importantes também, dada a relação com a própria criação artística. António Quadros Ferreira, que indicou que uma reunião em Lisboa se realizaria em Dezembro com o mesmo intuito desta, registou que o programa, bem como a equipa e os grupos carecem de estabilização, pelo que é importante a definição de um caminho e de um plano de trabalhos, sem que com isso se penalize a possibilidade de recolha e tratamento de outras eventuais contribuições quaisquer que elas sejam.

No sentido de se permitir uma maior fluência entre os membros foi proposta pelos presentes a necessidade de criação de uma plataforma online para troca de ideias e colocação de todos os materiais (documentos e contributos), de modo a minimizar a dificuldade de comunicação.

Sem mais nada a tratar, deu-se por encerrada a reunião às treze horas.

 

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