Um dos principais objectivos deste projecto de investigação poderá ser o da percepção dos principais domÃnios ou territórios de investigação, do que é ou do que poderá ser a investigação em pintura e dos seus precisos modelos de investigação, dos contextos dos temas e da viabilização da discussão dos mesmos em grupos, no pressuposto de que a investigação em pintura pode ser também do âmbito das migrações disciplinares, da relação entre investigação e ensino, e ainda da relação entre o pensamento e a comunicação (a investigação mediada pela comunicação, ou a investigação suscitada como exercÃcio de um pensar que liga a teoria à prática).
A observação, ou a experiência do artista-pintor, que apenas pratica o seu ofÃcio, ou a experiência do docente-investigador, que partilha o seu conhecimento, por exemplo, são algumas das realidades bem diversas que podem enriquecer a diversidade da investigação, que a equipa, heterogénea e intergeracional, pretende assegurar ou garantir enquanto corpo de pensamento reflexivo. Muitas questões ou caminhos da investigação em pintura podem ser identificados face ao trabalho em rede ou em equipa. Torna-se imprescindÃvel a criação de um chão que permita a consolidação de algumas derivas no sentido de organizar a construção de uma narrativa no domÃnio da investigação.
A pintura enquanto actividade absolutamente original possuirá, por via da investigação, uma dimensão pedagógica no sentido em que se procura uma necessidade de comunicação. E, sem comunicação, não haverá investigação essencial. Mesmo quando do resultado do acto de investigar não resulte, de facto, legibilidade do ou no acto de comunicar.
O meta-sistema é organizador de actividades de mediação e de comunicação: o território da pintura deverá recorrer à comunicação verbal e não verbal para a possibilidade de se contar o indizÃvel, se não enquanto certeza, pelo menos enquanto utopia.
A definição dos objectivos e das metas a atingir passa, inevitavelmente, por aquilo a que designamos por investigar, compreendendo as dimensões possÃveis do que pode ser o resultado do acto de investigar. Existe uma relação de procura e de descoberta do que é desconhecido. A investigação em pintura é a investigação diferente e do que é diferente: é a procura do vestÃgio.
Uma questão-chave, transversal, poderia ser a seguinte:
- Que hipótese terÃamos em construir, pela investigação, um chão que assegurasse permanentemente uma configuração mais artÃstica e poética?
Se o BCIP é definido por 2 grandes territórios naturais e estruturantes, formados pela investigação, e pela pintura, também é um facto que é possÃvel um levantamento de grandes territórios comuns, quer à investigação, quer à pintura, a partir do que se conhece.
Assim, e neste sentido, estarão identificados 4 grandes territórios comuns:
1) investigação e criação
2) prática pictórica e reflexão teórica
3) estatuto do pintor e ideia de pintura
4) ensino artÃstico na escola de arte
Estes grandes territórios podem, por sua vez, crescerem como uma árvore, com ramos, e com troncos comuns, nomeadamente. Deste modo, o projecto BCIP aspira a cumprir um desÃgnio que corresponderá à vontade colectiva da equipa.
DesÃgnio de um caminho que procura a sabedoria do mundo.